quarta-feira, 1 de junho de 2011

Paraguai

O Paraguai (em espanhol: Paraguay; em guarani: Paraguái), oficialmente República do Paraguai (República del Paraguay; Tetã Paraguái), é um país do centro da América do Sul, limitado a norte e oeste pela Bolívia, a nordeste e leste pelo Brasil e a sul e oeste pela Argentina.[3] Sua capital é a cidade de Assunção.[4] O Paraguai é um dos dois países da América do Sul que não possuem uma saída para o mar, juntamente com a Bolívia. Possui uma área de 406.752 km²,[5] um pouco maior que o estado brasileiro de Mato Grosso do Sul.[6] O nome do país é derivado da palavra guarani paraguái, que significa "de um grande rio".[7] O "grande rio" é o rio Paraguai, que divide o pais em duas regiões, Region Oriental e Region Occidental (ou Chaco).[7]
O topônimo Paraguay tem origem relativamente incerta; sabe-se que provém do guarani, e que teria sido dado inicialmente ao rio, porém não há uma etimologia fidedigna de seu significado no idioma.[16] As alternativas prováveis são "águas do mar" (de pará, "mar", guá, que denota origem, e ý, "água", significando "água que vem do mar",[7] onde "mar" provavelmente se refere ao Pantanal) ou uma modificação de payagua-í ("água" ou "rio dos paiaguás").[7] Em guarani costuma-se escrever o nome como Paraguái, e usa-se ocasionalmente a forma Paragua-y para se referir à cidade de Assunção.[7]

[editar] História

Os primeiros colonos espanhóis chegaram ao Paraguai no início do século XVI.[17] A cidade de Assunção, fundada em 15 de agosto de 1537,[18] logo se tornou o centro de uma província nas colônias espanholas na América do Sul, conhecida como "Província Gigante de Indias".
Cquote1.svg …o Paraguai não chegou a formar grandes latifúndios exportadores, em mãos de uma camada poderosa de proprietários rurais, como aconteceu em muitos países latino-americanos. (…) Os camponeses livres, na sua maioria mestiços, haviam sido, no início do século XVIII, os protagonistas das grandes rebeliões "comuneras" contra os jesuítas e as autoridades espanholas ligadas a eles."[19] Cquote2.svg
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Em 15 de maio de 1811, o Paraguai declarou a sua independência da Espanha, sem luta nem guerra. O Dr. José Gaspar García Rodríguez de Francia, mais conhecido como o "Dr. Francia", ou "O Supremo", governou o país até sua morte, ocorrida em 1840. Sobre este caudilho afirmam Antonio Mendes Junior e Ricardo Maranhão:
Cquote1.svg As imensas terras dos jesuítas, que após sua expulsão, em meados do século XVIII, haviam passado para as mãos do Estado espanhol, foram arrendadas por baixo preço a camponeses livres. (…) "El Supremo" apoiou-se exclusivamente nos camponeses mestiços e índios. (…) preocupou-se muito com a educação primária dos mestiços: defensor do ensino obrigatório e gratuito, atacou o analfabetismo; ao morrer, em 1840, não existia um só analfabeto no Paraguai, caso único em toda a América Latina."[20] Cquote2.svg
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Há um mito muito divulgado sobre o Paraguai dessa época, que diz que o Paraguai era uma potência regional e um país auto-suficiente, com um exército poderoso, procurando buscar uma saída para o mar. Tal narrativa, segundo alguns historiadores, não passa de mito. O Paraguai de Francia e Solano López, nada mais era que um país que buscava se fortalecer militarmente com medo de possíveis tentativas de anexação da Argentina, bem como a busca de saída para o mar. Outro fato importante é que o Paraguai tinha uma receita de exportações baseada na madeira e na erva-mate, ao contrário do que se diz por muitos. O Paraguai naquela época não era industrializado tampouco era uma potência regional.
As perdas territoriais começaram quando a província de Misiones foi cedida à Argentina em 1852 por Carlos Antonio López, pai de Francisco Solano López, em troca do reconhecimento argentino da independência paraguaia [21] e a província de Formosa foi perdida após a Guerra do Paraguai, chamada pelos paraguaios Guerra de La Triple Alianza.
Cquote1.svg Para a Argentina, a Guerra do Paraguai havia representado um passo decisivo para completar o processo de formação de seu estado nacional, pela eliminação ou incorporação da maioria das oposições provinciais ao governo de Buenos Aires. A oligarquia portenha sentia-se à vontade para aspirar à efetiva aplicação do Tratado da Tríplice Aliança, que lhe daria de presente todo o chaco paraguaio. O governo argentino, chefiado então por Sarmiento (que sucedera a Mitre), e tendo como ministro das relações exteriores Tejedor, empenhou-se em por em prática sua política anexionista. (…) As discussões e disputas se arrastaram por dois anos, tornando-se mais graves a partir de janeiro de 1872, quando o barão de Cotegipe assinou um tratado em separado com o governo títere de Asunción. Os protestos de Buenos Aires levaram a um clima em que a possibilidade de guerra contra o Império não era descartada. Principalmente porque o governo do Rio de Janeiro, apresentando-se como "benévolo", perante os paraguaios, contentou-se com a fixação de fronteiras nos limites reivindicados antes da guerra, e contestados por Solano López. (…) Finalmente, a 3 de fevereiro de 1876, o Tratado de Irigoyen-Machain entre Buenos Aires e Asunción, aceito pelo Rio de Janeiro, encerrou a questão. Segundo ele, a Argentina teria uma parte do território do Chaco até o rio Pilcomayo, e as tropas brasileiras se retiravam do Paraguai, respeitando as cláusulas brasileiro-paraguaias de 1872."[22] Cquote2.svg
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A chamada Guerra do Paraguai desenvolveu-se entre 1865 a 1870, contra a Tríplice Aliança, composta pela Argentina, Brasil e Uruguai, apoiados economicamente pelo Reino Unido. Diversos motivos levaram os países envolvidos ao conflito bélico, que acabou custando muito ao Paraguai, como a perda do seu exército poderoso frente aos demais países da América do Sul, como também o mais grave, que foi a morte de dois terços da população do sexo masculino e a perda de territórios, em grande parte, para o Brasil e a Argentina: como resultado da Guerra, que se encerrou em 1870, além de Misiones, os paraguaios perderam a região do Chaco, correspondente à Província de Formosa para a Argentina. Conforme transcrito acima, ambas as anexações foram definitivamente reconhecidas em 1876, depois do Tratado de Irigoyen-Machain que firmou a paz com o governo de Buenos Aires. Uma parte do seu território (nordeste) foi anexada ao Mato Grosso (hoje, Mato Grosso do Sul). A economia paraguaia ficaria estagnada pelos 50 anos seguintes.
Tropas bolivianas invadiram o Paraguai em 1932, desencadeando a Guerra do Chaco (1932-1935), e culminando com vitória paraguaia e a anexação do Chaco ao país.
Desde 1989, quando o regime militar de mais de 35 anos de Alfredo Stroessner teve fim, o Paraguai tem sido governado por presidentes eleitos democraticamente. Os maiores desafios do Paraguai desde então têm sido a crescente instabilidade política e a corrupção em alta.

[editar] Período colonial

Cabildo de Assunção (1537-1811).
Antes da chegada dos europeus os territórios situados entre os rios Paraná e Paraguai eram ocupados pelos guaranis, que viviam da agricultura, da caça e da pesca. Acossados, no século XV, por tribos da região do Grande Chaco, os guaranis cruzaram o rio Paraguai, submeteram seus inimigos, levando o conflito aos limites meridionais do Império Inca. Eram, assim, os aliados naturais dos primeiros exploradores europeus que procuravam rotas mais curtas para as minas do Peru.
Casa da Independência (1811).

[editar] Independência

À medida que Buenos Aires tornava-se mais poderosa, os líderes paraguaios insurgiam-se contra o declínio da importância de sua província e, embora também contestassem a autoridade espanhola, recusaram-se a aceitar a declaração de independência da Argentina (1810) como extensiva ao Paraguai. Nem mesmo a intervenção de um exército argentino, comandado pelo general Manuel Belgrano, conseguiu efetivar a incorporação da província. Mais tarde, porém, quando o governador espanhol do Paraguai solicitou auxílio português para defender a colônia dos ataques de Buenos Aires, os paraguaios, liderados por Fulgencio Yegros, Pedro Juan Caballero e Vicente Ignácio Iturbide, depuseram o governador Bernardo Velasco e proclamaram a independência do país a 14 de maio de 1811.

[editar] Ditadura de Francia (1814-40)

Após curto período de anarquia, José Gaspar Rodríguez Francia implantou uma ditadura. Durante seu governo, o Dr. Francia isolou o Paraguai do resto do mundo, não mantendo relações com nenhum país e proibindo a emigração e a imigração. Reprimiu a oposição ao regime e utilizou a política isolacionista como meio de deter as ambições expansionistas do Brasil e da Argentina e a penetração estrangeira. A fim de evitar a necessidade de comércio exterior, o ditador estimulou a auto-suficiência agrícola, mediante a introdução de novas culturas, e desenvolveu as manufaturas. Essa política isolacionista contribuiu para preservar o caráter homogêneo do povo paraguaio e seu espírito de independência.

[editar] Guerra da Tríplice Aliança

Interpretação de soldado paraguaio que aflige a perda de seu filho por José Ignacio Garmendia.
Francia foi sucedido por Carlos Antonio López (1840-62), que abandonou o isolacionismo, expandiu o comércio externo e a educação e abriu as portas do país para técnicos estrangeiros. Aumentava, contudo, a fricção entre o Paraguai e seus dois poderosos vizinhos, Brasil e Argentina. O ditador argentino Juan Manuel Rosas ergueu obstáculos ao comércio exterior paraguaio, mediante bloqueio econômico, enquanto reavivavam-se disputas fronteiriças. Consciente do perigo, Antonio López, tratou de fortalecer o exército, que seu filho Francisco Solano López (1862-70) teria amplas oportunidades de usar. Treinado por oficiais alemães e equipado com armas européias modernas, o exército paraguaio tornou-se uma força formidável empregada numa aventura expansionista.

[editar] Reconstrução e Guerra do Chaco

Mapa da Bolívia e Paraguai após a Guerra do Chaco.
A reconstrução econômica do país foi perturbada pela sequência de crises políticas, golpes de Estado e guerras civis das últimas décadas do século XIX. Apesar da existência de partidos políticos, Colorado e Liberal, a formação dos governos era, quase sempre, fruto de intervenções militares e revoluções palacianas. Durante a Primeira Guerra Mundial, quando o país permaneceu neutro, houve um período de certa prosperidade. Cresciam paralelamente as disputas com a Bolívia pela posse do Chaco. Desde os primeiros anos do século XX os dois países construíram fortes na área contestada. Após choques esporádicos, estourou a guerra do Chaco (1932-35), que os paraguaios, comandados pelo coronel José Félix Estigarribia, venceram a muito custo. O Tratado de Paz de 1938, assinado com a intermediação do Brasil, Argentina, Chile, Peru, Uruguai e Estados Unidos, deu ao Paraguai a maior parte do território disputado e à Bolívia uma saída para o rio Paraguai via Puerto Suárez.

[editar] O movimento de reforma

A Guerra do Chaco permitiu o surgimento do primeiro movimento político importante destinado a reformar instituições. O coronel Rafael Franco, líder de um novo partido, Febrerista, assumiu a 17 de fevereiro de 1936, com grande apoio popular. Empregando métodos ditatoriais, Franco promoveu uma distribuição limitada de terras, promulgou leis sociais e trabalhistas e nacionalizou fontes de matérias-primas. Os reformistas sofreram um revés com o golpe de Estado desfechado com o exército, mas em 1939 elegeram o herói da guerra do Chaco, José Félix Estigarribia, presidente da República. Estigarribia promulgou a constituição reformista de 1940. Seus planos progressistas que previam a reforma agrária e modernização do país, caíram por terra após sua morte num acidente de aviação.

[editar] Restauração conservadora

Sob o governo do general Higino Morínigo (1940-48), o Paraguai recaiu na ditadura militar, em que as liberdades civis foram suprimidas e restabelecidos os direitos do latifundiários. A oposição cresceu a partir de 1944, e, em 1947, liberais e febreristas, com o apoio de parte do exército, sublevaram-se. Embora derrotados, provocaram a renúncia do ditador. Após sucessivos golpes de Estado que levaram ao poder quatro presidentes, inclusive o escritor Juan Natalicio González, o líder do Partido Colorado, Federico Chávez (1949-54), assumiu o governo. Sua administração caracterizou-se pelo alinhamento com o regime de Juan Domingo Perón, na Argentina. Dificuldades econômicas e financeiras, decorrentes do forte processo inflacionário que se seguira à Guerra Civil de 1947, contribuíram para sua deposição.

[editar] Governo Stroessner

Juan Domingo Perón e o presidente paraguaio Alfredo Stroessner, em 1954. Foto publicada pelo jornal El Clarín.
Em maio de 1954 o comandante do Exército, general Alfredo Stroessner, tomou o poder, Stroessner fez-se eleger presidente nesse ano e foi reeleito em 1958, 1963, 1973, 1978, 1983 e 1988. Para cada eleição, suspendeu-se por um dia o estado de sítio. Stroessner garantiu seu regime exilando os líderes democráticos, cercando-se de áulicos e controlando diretamente as forças armadas. Aos apelos da Igreja em favor dos presos políticos, reagiu expulsando do país vários sacerdotes. No campo econômico, o Paraguai foi marcado por contrabando e pela inauguração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, um projeto brasilo-paraguaio.
Stroessner foi deposto em 3 de fevereiro de 1989 em golpe, liderado pelo general Andrés Rodríguez, que deixou dezenas de mortos. Empossado na presidência, Rodríguez levantou a censura à imprensa, autorizou a volta dos exilados, legalizou organizações políticas, que estavam proibidas e convocou eleições. A 1º de maio foi eleito presidente. Em 1991 assinou em Assunção, junto com os presidentes do Brasil, Argentina e Uruguai, o tratado de criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul). Nas eleições presidenciais e legislativas de 9 de maio de 1993, ganhou Juan Carlos Wasmosy, que tomou posse na presidência em 15 de agosto do mesmo ano.

[editar] Tentativa de golpe

Juan Carlos Wasmosy, do Partido Colorado, foi eleito presidente em 1993. Investigações sobre a ligação de paraguaios com o narcotráfico internacional e o veto aos protestos de militares, em 1994, geraram conflitos entre Wasmosy e o chefe do Exército, Lino Oviedo, que tentou um golpe, frustrado por manifestações no país e dos demais membros do Mercosul e dos Estados Unidos. Oviedo foi indicado a concorrer à Presidência, mas um tribunal militar o condenou a dez anos de prisão, um março de 1998, pela tentativa de golpe, tornando-o inelegível. Seu substituto. Raúl Cubas, venceu o pleito em maio e libertou Oviedo por decreto. A Corte Suprema declarou ilegal o indulto, mas Cubas ignorou essa posição.

[editar] Assassinato

Em março de 1999, o vice-presidente eleito, Luis María Argaña, rival do Oviedo no Partido Colorado, foi morto a tiros em Assunção. Manifestantes exigiram a destituição de Cubas, apontado com Oviedo como mandante do crime. No dia 26, seis manifestantes foram assassinados enquanto pediam a saída de Cubas. Ele renunciou depois e refugiou-se no Brasil. Luis González Macchi, presidente do congresso, assumiu. Em outubro, pistoleiro confessou ter matado Argaña e implicou Oviedo e Cubas no crime. No leste do país, cresceu a tensão entre paraguaios e brasileiros.
Militares se rebelaram em maio de 2000, mas a nova tentativa de golpe fracassou, outra vez por causa da pressão externa. O governo declarou estado de sítio e atribuiu a tentativa de Oviedo, que foi preso por policiais em Foz do Iguaçu e levado para Brasília, onde aguarda extradição.

[editar] Escândalo de corrupção

Em 2001, Macchi foi acusado num escândalo de corrupção. A situação se agravou com protestos de camponeses, em Assunção, contra a política econômica do governo. Centenas de milhares de pessoas fizeram manifestações para pedir a saída do presidente, mas a oposição não obteve votos necessários para abrir um processo de impeachment.
Cubas retornou ao país em 2002 e se entregou às autoridades para ser julgado pela morte de seis manifestantes em 1999. É colocado em prisão domiciliar. A ala oviedista deixou o Partido Colorado e fundou União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), como objetivo de viabilizar a eleição de Oviedo como presidente.
A Câmara paraguaia aprovou, em dezembro, o início do processo de impeachment contra Macchi por desvio de 16 milhões de dólares de fundos estatais e uso de automóvel roubado. Em fevereiro de 2003, o pedido de impeachment obteve o voto de 25 dos 45 senadores, mas foi rejeitado, pois seriam necessários dois terços (30 senadores).

[editar] Nicanor Duarte Frutos

O ex-presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos.
O colorado Nicanor Duarte Frutos foi eleito presidente em abril de 2003, com 37% dos votos. Em segundo lugar ficou Julio César Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), com 24%. Os colorados mantiveram a maioria no Congresso, mas com menos força: o número de deputados do partido caiu de 45 para 37 e o de senadores de 24 para 16. O PLRA elegeu 21 deputados e 12 senadores. Em agosto, Duarte tomou posse, em meio à grave crise econômica. Fora da Presidência, Macchi foi proibido pela Justiça de sair do país, onde deve responder às acusações de corrupção.
Em 2004, Oviedo regressou à nação e foi preso ao desembarcar em Assunção. Seus advogados alegaram que a condenação foi ilegal e deve ser anulada pela Corte Suprema.

[editar] Cooperação militar

O Congresso aprovou, em julho de 2005, a presença de tropas americanas no país até dezembro de 2006, como parte de acordo de cooperação militar com os Estados Unidos. O acordo, porém, gerou especulações sobre a instalação de uma base militar norte-americana na região do Chaco, próximo à Tríplice Fronteira entre Paraguai, Bolívia e Argentina. Os governos de Assunção e Washington negaram.
Em novembro, o presidente Duarte anunciou planos de mudar a Constituição para concorrer a um segundo mandato. A oposição e os membros do próprio partido governista rejeitaram a proposta. Por considerá-la ilegal, entraram com pedido de impeachment contra o presidente. Na Câmara dos Deputados, a iniciativa recebeu 39 votos, menos do que os 53 necessários, e foi rejeitada.

[editar] Protesto

Em março de 2006, milhares de paraguaios saíram às ruas, na maior manifestação popular dos últimos anos, contra a tentativa de Duarte de concorrer a novo mandato. Em junho, o ex-presidente Macchi foi condenado a seis anos de prisão por desvio de recursos públicos. Em setembro, morreu em Brasília o ex-ditador Alfredo Stroessner.

[editar] Fernando Lugo

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
Em 20 de abril de 2008, Fernando Lugo foi eleito o novo presidente do Paraguai dando fim a quase seis décadas de domíno do Partido Colorado. O ex-bispo católico e teólogo promete realizar uma reforma agrária dentro dos marcos constitucionais, ampliar o sistema de seguridade social do Paraguai e lutar pela soberania energética do país.

[editar] Geografia

O Paraguai é limitado pela Bolívia a norte e noroeste, o Brasil a leste e nordeste, e a Argentina a sudeste, sul e oeste. Assunção está localizada na margem oriental do rio Paraguai, em frente à boca do seu afluente ocidental primário, o rio Pilcomayo. O rio Paraguai, que corre do norte ao sul, divide o Paraguai em duas regiões geográficas distintas — a Región Oriental (Região Oriental) e a Región Ocidental (Região Ocidental), também chamado o Chaco Boreal.
O Paraguai apresenta três regiões geográficas diferenciadas: o Gran Chaco, o campo e a floresta.
O Chaco é uma extensa planície a oeste do país. Compartilhado com Bolívia e Argentina, caracteriza-se pelo declínio gradual da altitude de noroeste para sudeste. É coberta de pântanos e as inundações são frequentes na época de chuvas.
O campo ocupa a região central. É formado por morros e vales de serras férteis. As formações vegetais típicas são a savana, as matas de galeria e a vegetação de pântano.
A área de floresta localiza-se em uma planície acidentada. É recortada por morros de baixa altitude — atingem cerca de 700 mm anuais nas cordilheiras de Amambay e Mbaracayú, ambas na fronteira com o Brasil.
A rede hidrográfica tem grande importância para o país. É formada pelos rios Paraná e Paraguai, que delimitam a fronteira natural com o Brasil; pelo Pilcomayo, que nasce na Bolívia e é afluente do Paraguai; e pelos lagos Ypoá, Ypacaraí e Verá.
O clima varia entre o tropical e o subtropical, com temperaturas elevadas e chuvas abundantes durante boa parte do ano.

[editar] Regiões geográficas

O rio Paraguai divide o país homônimo em duas regiões geográficas: a Região Oriental, na margem esquerda e a Região Ocidental ou Chaco, na margem direita.
O relevo da Região Oriental é uma continuação do Planalto Brasileiro, que aí alcança uma altitude média de cerca de 500 metros. Ao sul, a leste e a oeste do planalto, destaca a presença de cadeias de morros ondulados. O terreno torna-se mais baixo e mais plano à medida que se aproxima, a oeste do rio Paraguai, ao sul e a leste do rio Paraná. A região baixa e pantanosa que se estende ao longo do rio Paraguai apresenta uma relativa densidade populacional. No sul do Paraguai, nas proximidades do rio Paraná, as altitudes médias baixam de 60 até 90 metros. Pântanos e florestas verdejantes cobrem essa área.
A vasta e plana região do Chaco, a Região Ocidental, estende da margem direita do rio Paraguai. Essa área, de terras e planícies, coberta por uma vegetação diversificada, corresponde a dois terços do país. Faz parte da região denominada Gran Chaco, formada ainda pelo sudoeste do Brasil, o leste da Bolívia e o norte da Argentina. Na região do Chaco, o terreno eleva-se gradualmente a partir do rio Paraguai, alcançando aproximadamente 300 metros na fronteira ocidental do país. Cerca de 40% dos paraguaios vivem no Chaco. Aí existem sérias dificuldades que deixam os automóveis, os caminhões e os ônibus atolarem nas estradas de terra em dias de chuva e o solo não é tão rico como o solo do Paraguai oriental.

[editar] Geologia

[editar] Relevo

Imagem de satélite do Paraguai.
Geologicamente, a parte leste do Paraguai é um prolongamento do Planalto Brasileiro, de rochas cristalinas, que se apresenta quase totalmente coberto por camadas de arenito e basalto, variando em altitude de 300 a 600m. Entretanto, de Encarnación para o norte, esse planalto declina até se transformar numa cuesta ou escarpa, coberta na direção oeste, ao longo do rio Paraguai, por solos de aluvião. Em vários trechos a escarpa é interrompida por "penínsulas" das antigas formações de rochas cristalinas, que são arredondadas e de pouca altitude. As principais elevações são as serras de Amambay e Maracayú, Ibitiruzú e, mais para o sul, Caaguazú, que alcançam cerca de 600m. A cuesta divide o relevo e a hidrografia da região. Os afluentes que correm para leste não são navegáveis.
A oeste do rio Paraguai fica o Chaco Boreal, que é a porção paraguaia do Gran Chaco. O Chaco Boreal, com 237.800 km² de extensão, é uma imensa planície que se supõe ter sido o leito de um antigo mar, depois sedimentado por argilas e areias trazidas da cordilheira dos Andes pelas águas dos rios.

[editar] Clima

O clima do Paraguai é, em geral, subtropical, menos em alguns trechos da região do Chaco, com temperatura parecida à do Planalto Central Brasileiro, onde é quente e úmido. O país é cortado pelo trópico de Capricórnio ao centro, próximo a Concepción. A posição central e plana do Paraguai, praticamente em barreiras naturais, favorece os rápidos efeitos dos ventos quentes originários do Equador, e dos ventos frios que vêm da Argentina, causando variações térmicas acentuadas.
No verão, as temperaturas variam entre 26 °C e 33 °C, e no inverno entre 15 °C e 26 °C. A temperatura média é de 23 °C, enquanto que a máxima absoluta de 41 °C e a mínima é de 1 °C. A diferença entre a temperatura média do verão e a do inverno é de 6 °C. Uma das características do clima paraguaio é a alta temperatura sentida no verão, especialmente na região dos campos e do Chaco, e o frio intenso que ocorre no período do inverno.
São muito frequentes e quase sempre abundantes as chuvas no território paraguaio. O tamanho do país tem influência na quantidade de chuvas, acentuando a estação seca especialmente na fronteira com Bolívia e Argentina. Pode-se considerar bem elevado o índice de chuvas no Planalto do Paraná, com 2.000 mm anuais. Na capital, Assunção cai para 1.300 mm e no Chaco para 800 mm. Os meses de concentração das chuvas são dezembro, janeiro e fevereiro, caindo durante os meses de inverno.

[editar] Hidrografia

Paisagem do rio Paraguai.
A rede hidrográfica é caracterizada pela presença de numerosos rios que estão intimamente relacionados com a vida econômica e política do país. Os rios formam a maior parte das fronteiras do Paraguai e constituem seus mais importantes meios de transportes. As fronteiras oeste, sul e sudeste com a Argentina são demarcadas pelos rios Pilcomayo, Paraguai e Paraná, enquanto os rios Paraguai, Apa e Paraná separam o país do Brasil, ao norte e leste.
O Paraguai e o Paraná são os mais importantes cursos d'água do país. O primeiro nasce em terras brasileiras e atravessa extensas planícies de aluvião, dividindo o país em duas partes (oriental e ocidental). Transborda com frequência, inundando terrenos das margens e formando imensos pantanais. Recebe vários afluentes, entre os quais se destacam o Tebicuary, o Ypané, na margem oriental, e o Pilcomayo, o Aguaray Guazú, o Verde e o Negro na margem ocidental. O rio Paraná, que procede do Planalto Brasileiro, é no início, bastante acidentado, com algumas importantes quedas, com o salto de Guaíra ou das Sete Quedas, na parte brasileira da fronteira (que desapareceu com a construção da barragem de Itaipu).
Os lagos paraguaios são de grande importância turística, devendo ser citados Ypacaraí, com a extensão de 22 km de norte a sul, que se encontra encaixado no vale de Ypacaraí; lago Ypoá, situado 100 km ao sul de Assunção.

[editar] Flora e fauna

Ver artigos principais: Vegetação do Paraguai e Fauna do Paraguai.
Paisagem do Chaco no Paraguai.
O território do Paraguai tem três regiões com vegetação característica em função da diferença na precipitação pluviométrica. Há florestas, o Chaco e campos. As florestas situam-se na Região Oriental, principalmente nos vales próximos aos grandes rios, onde há madeiras de lei como o urunday, o cedro, o curupay e o lapacho, entre outras. Os campos situam-se na parte central do país, onde há grandes fazendas de criação de gado, que se beneficiam da grande variedade de pastagens naturais, entre as quais muitas gramíneas. Nessa região de campos há também florestas diversas acompanhando as margens dos rios.
Já a região do Chaco é formada por gramíneas e florestas próximas ao rio Paraguai. O quebracho é uma árvore característica da região, de onde se extrai o tanino, de grande valor comercial e vendido especialmente para os mercados estadunidense e britânico. Na regiões mais secas do Chaco há arbustos e cactos gigantes. Em função do clima, tipo de solo e vegetação, o Chaco é considerado uma região inóspita e ocupa cerca de 60% do território do país.
Os campos, que ocupam cerca de 20% da superfície do Paraguai, foram ocupados em primeiro lugar. No entanto, nas últimas décadas as florestas também passaram a ser ocupadas pelos fazendeiros, que implantaram ali extensas plantações de soja, que é exportada, em sua maior parte, através do porto brasileiro de Paranaguá. Milhares de colonos brasileiros se estabeleceram no Paraguai, especialmente nas fronteiras, como donos de fazendas ou trabalhadores rurais.
A fauna paraguaia, idêntica à do Centro-Oeste brasileiro, inclui a onça, muito freqüente no Chaco, o queixada, o cervo, tatu e tamanduá. Há também muitas espécies de pássaros e aves tropicais, como emas, seriemas, garças, tucanos e papagaios.

[editar] Demografia

Densidade populacional do Paraguai (pessoas por km²).
Embora não exista nenhum dado oficial sobre a composição étnica do Paraguai, estima-se que a maior parte da população seja o resultado da mestiçagem entre indígenas e imigrantes europeus, que teve início na época do domínio espanhol. A população atual é conformada por descendentes de uma nova mestiçagem entre a população tradicional hispano-guarani que sobreviveu ao extermínio durante a Guerra do Paraguai e imigrantes (europeus especialmente e asiáticos) que chegaram após a Guerra do Paraguai com o objetivo de repovoar o país.[23] No final do século XX, o número de habitantes aumentou a uma taxa de 2,6% ao ano. Com o ritmo acelerado de crescimento, a população deve duplicar em um período de 21 anos.
A densidade populacional é considerada baixa (14,1 hab./km²). Existem grandes contrastes de ocupação entre as distintas partes do país: o Chaco é a região mais despovoada. As planícies próximas ao rio Paraná têm densidade moderada.
A porcentagem da população urbana é de 56,7%. Os habitantes concentram-se nas principais cidades do país, como Assunção, Ciudad del Este, San Lorenzo e Fernando de La Mora. A taxa de natalidade é elevada — cada mulher tem em média 3,8 filhos. A taxa de mortalidade infantil é moderada e gira em torno de 26 por mil. A expectativa de vida é de 68,5 anos para homens e de 73 anos para mulheresA partir do início do século XVII, e por mais de 150 anos, missões jesuíticas do sudeste do Paraguai exerceram governo efetivo sobre cerca de 100.000 índios com 33 reduções, centros de conversão religiosa, de produção agropecuária, de comércio e manufaturas, mas que também serviam como postos avançados contra a expansão portuguesa.

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